“O Sindilojas tem se esforçado em passar para a sociedade a ideia de que o impasse em relação ao nosso dissídio em 2015 é apenas uma queda de braço, na qual os trabalhadores medem forças com os patrões. Então fazem este jogo desrespeitoso de não reconhecer o salário mínimo estadual como parâmetro para as negociações”, explica Rosane Simon, diretora do SindiComerciários.

 

Nesta semana a direção do Sindilojas chegou a expressar publicamente que para eles o salário mínimo estadual não existe, num claro desrespeito não só aos comerciários, mas a todos os trabalhadores que tem no mínimo estadual o principal instrumento de distribuição de renda e valorização do trabalho no estado.

 

O SindiComerciários prepara uma manifestação na próxima terça-feira (08) e a categoria sairá às ruas pelo reajuste salarial. “Se o salário mínimo estadual não existe, como acham os patrões, então o Ministério Público do Trabalho, que recomendou o pagamento do mínimo às federações patronais, está errado?”, questiona o presidente do SindiComerciários, Ari José Bauer.

 

As negociações para o dissídio da categoria em Ijuí estão paradas desde a última reunião. R$ 1100,00 era o piso solicitado pelos trabalhadores no início das negociações. Na última reunião o SindiComerciários fez sua proposta em R$ 1054,00 com um mínimo de valorização da categoria. “Fizemos a nossa parte, entendendo o momento econômico e também a necessidade de fechar o acordo de horário de natal. Em outras cidades da região os trabalhadores e trabalhadoras do comércio já obtiveram o reconhecimento do seu valor e do seu trabalho, fechando acordos acima do salário mínimo estadual. Somente em Ijuí os patrões insistem em uma lógica totalmente contrária a realidade”, afirma Bauer.

 

Dados recentes divulgados na semana passada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que em Ijuí não houve perda de postos de trabalho e sim aumento de vagas, impulsionadas pelo setor do comércio. Para a direção do SindiComerciários, este dado contrapõe o argumento de que o pagamento do salário mínimo estadual causaria demissões no setor.

 

“A maioria das empresas em nossa cidade já paga o salário mínimo estadual aos seus funcionários desde abril deste ano, o que prova que o valor não causa desemprego no setor como argumentam os patrões. Por isso nós vamos às ruas, não porque estamos medindo forças, mas porque estamos lutando por nossa dignidade. O que queremos é um mínimo de reconhecimento e valorização pelo nosso trabalho”, conclui Rosane Simon.