Em meio ao impasse entre o Sindilojas e o SindiComerciários pelo dissídio da categoria em Ijuí, o sindicato dos empregados no comércio começa a negociar acordos coletivos de trabalho diretamente com as empresas. Uma das primeiras empresas a reconhecer e valorizar os comerciários em Ijuí foi a Lojas Fricke, que fechou acordo com os SindiComerciários nesta quinta-feira (26).
No acordo, os funcionários das Lojas Fricke terão um piso salarial de R$ 1060,00 e os demais salários terão um reajuste de 8%. “Um dos caminhos que temos para lutar contra a insistência do Sindilojas de Ijuí em não reconhecer o salário mínimo do estado como parâmetro para o nosso dissídio em 2015 é negociamos individualmente com as empresas dispostas a valorizar seus trabalhadores, reconhecendo o que lhes é de direito e garantido por lei estadual”, explica Ari José Bauer, Presidente do SindiComerciários.
“Reconhecemos que o momento é de dificuldades, mas conversamos com empresários e trabalhadores e somos cientes de que em sua grande maioria, as empresas do comércio de Ijuí reconhecem e pagam acima do salário mínimo estadual aos seus empregados. O discurso de que o comércio de Ijuí não absorve este reajuste e de que isto pode gerar demissões não condiz com a realidade”, argumenta Rosane Simon, Diretora do SindiComerciários.
A direção do SindiComerciários segue em negociações com outras empresas, enquanto o impasse com o sindicato patronal perdurar. Uma grande mobilização de rua será organizada pela entidade nas próximas semanas.
Não existe acordo sobre horário de natal divulgado pelo Sindilojas
Outro impasse entre trabalhadores e patrões no setor de comercio é o horário de funcionamento do no natal. O Sindilojas de Ijuí divulgou um horário de forma unilateral, sem acordo com os trabalhadores.
Rosane Simon diz que já há um pedido no Ministério Público do trabalho para que este faça uma mediação pelo horário de natal e que o Sindicato já tem subsídios e entrou com uma ação na justiça contra o horário divulgado pelo Sindilojas. “A insistência do Sindilojas em não reconhecer o salário mínimo estadual para os comerciários gera esta série de transtornos e inseguranças que são ruins para nossa economia, especialmente neste período de expectativa de boas vendas no qual é necessário um amplo esforço, especialmente dos trabalhadores. Tenho esperança no reconhecimento deste esforço dos trabalhadores e no fechamento do dissídio e de um acordo para o horário de natal que dê tranquilidade a todos, especialmente aos consumidores”, concluiu . O SindiComerciários divulgou uma nota relativa ao horário divulgado pelo Sindilojas. Leia a seguir.
Nota do SindiComerciários sobre o horário de natal divulgado pelo Sindilojas
A Direção do SindiComerciários de Ijuí vem a público esclarecer que o horário de funcionamento do comércio no natal, recentemente divulgado pelo Sindilojas de Ijuí, não reflete acordo ou negociação com os trabalhadores e trabalhadoras do comércio.
A Direção considera ainda que o horário divulgado de forma unilateral pelo sindicato patronal não estabelece uniformidade entre o desejo da maioria dos empresários da cidade e muito menos dos trabalhadores do comércio que desejam um horário que racionalize a abertura no comércio neste período e que não extenue a categoria que normalmente, já tem uma das maiores jornadas de trabalho entre os trabalhadores do país.
Diante disso, o SindiComeriários informa que entrou com pedido para que o horário de funcionamento do comércio em Ijuí, neste natal, seja mediado pelo ministério Público do Trabalho em Santo Ângelo. Diante do horário divulgado, o SindiComérciários entrou também com uma ação no MPT contra o horário divulgado pelo Sindicato patronal.
A direção do SindiComerciários expressa seu desconforto em relação a estas medidas, pois geram insegurança e transtornos para trabalhadores, empresários e consumidores. Ao mesmo tempo, afirma que diante do impasse gerado em torno do não reconhecimento do salário mínimo estadual pelo sindicato patronal e a consequente valorização da categoria em bases que lhe são garantidas por lei, estas medidas se tornam necessárias, para resguardar o interesse dos trabalhadoras e trabalhadores do comércio”.