Na manhã desta sexta-feira (02) as direções do SindiComerciários e do Sindilojas reuniram-se em mais um dos encontros buscando fechar o dissídio dos comerciários para 2015. O SindiComerciários aguardava retorno da proposta encaminhada na semana passada ao sindicato patronal, que era de R$ 1070,00 para o piso e 9% de aumento para os demais salários.
Os representantes do sindicato patronal argumentaram que recentemente houve mais demissões que admissões no setor e que os valores de reajuste poderiam influir em mais demissões. O Sindilojas insiste em desconsiderar o atual valor do piso estadual como parâmetro para negociação (fixado por lei em R$ 1053,00) e classificam o reajuste dado ao piso em 2015 como um “canetaço” do governador Tarso Genro. A contra proposta apresentada aos trabalhadores do comércio foi de R$ 1015,00 para o piso (abaixo do piso estadual) e 7,68% para os demais salários, apenas repondo a inflação, sem nada de aumento real.
A direção do SindiComerciários rejeitou a proposta. “Reavaliamos a nossa pedida em busca de chegarmos a um acordo, mas não aceitaremos propostas que estejam abaixo do valor do piso regional”, afirmou Ari José Bauer, Presidente do SindiComerciários.
Bauer explica que a direção realizou nesta semana uma mobilização visitando o comércio e conversando com trabalhadores e empresários, explicando o estágio das negociações. “Nesta visita que fizemos ao comércio verificamos que a maioria das empresas já paga o piso de R$ 1053,00, algumas até acima deste valor. Como vamos explicar ao trabalhador que ainda não recebe o piso estadual, que fechamos um acordo abaixo deste valor, quando a maioria da categoria na cidade já conquistou essa valorização?”
“O piso regional é uma conquista dos trabalhadores. É o parâmetro salarial para diversas outras categorias no estado. Setores que incluem os trabalhadores domésticos até os trabalhadores da indústria respeitam o mínimo estadual como parâmetro para as negociações. Infelizmente nós, aqui em Ijuí, chegamos a outubro, próximos ao final do ano, e ainda temos que nos defrontar com argumentos contrários ao reajuste do piso dado em fevereiro, questão que entendemos como superada, no âmbito político, econômico e jurídico”, disse Rosane Simon, Diretora do SindiComerciários.
Para a direção do SindiComeriários, o reajuste colocado no bolso do trabalhador é um valor que retorna imediatamente ao comércio, aquecendo a economia ao tempo que valoriza os trabalhadores. Neste sentido os argumentos contra o valor do piso estadual são uma clara intenção de desvalorizar os trabalhadores do comércio.
Sem acordo, as negociações congelaram. O SindiComerciários deve encaminhar duas ações imediatas. Uma delas será ingressar na justiça contra empresas que não pagam o piso estadual. Além disso, a direção vai preparar ações de mobilização da categoria para pressionar os patrões. “Sem um acordo sobre o dissídio, não teremos o acordo de natal. São diversos impasses que se seguem e que prejudicam todo o setor do comércio”, concluiu Bauer.