Em meados da década de 30 o clima político nacional era de disputa entre setores progressistas e reformistas e dentro deste contexto é que desenvolveu-se a gênese do movimento sindical ijuiense. Essa polarização de forças não era explícita na região, mas o clima político nacional induzia as autoridades públicas locais que, por muitos anos, vigiavam as lideranças sindicalistas que tinham suas reuniões dispersas e seus integrantes perseguidos. Essa situação de semi-clandestinidade trouxe sérios problemas para a organização dos trabalhadores que, mesmo conseguindo constituir entidades como associações e uniões, tiveram frustradas as suas tentativas de transformá-las em sindicatos representativos de sua categoria.
Foi somente a partir da segunda metade da década dos anos 1930 que este objetivo alcançou êxito. A partir de uma maior unificação do movimento sindical com a ação dos Círculos Operários (organizados pela Igreja Católica) foi possível aos representantes dos trabalhadores ter acesso uma assessoria mais especializada, capaz de encaminhar a documentação e cumprir com toda a burocracia exigida pelos órgãos oficiais, como o Ministério do Trabalho.
E foi assim, contando com maior apoio organizativo e encaminhando as mobilizações sindicais dentro dos espaços propostos pelo próprio governo Vargas, que oficializou-se em 22 de julho de 1937, a criação, conjunta, de cinco diferentes entidades, entre elas o Sindicato dos Auxiliares do Comércio cuja primeira diretoria era formada por João Wichrowski, presidente; Edvino Germano Blum, secretário e Guilherme Gonçalves, tesoureiro.
Na década de 40, com as recentes leis que regulamentavam as condições de trabalho e remuneração, os horários e a documentação como Carteira de Trabalho e Registro Profissional, as entidades sindicais atuavam reivindicando a adequação das empresas a estas novas normas e também vivenciavam um novo processo de regramento, que culminou em 1943, com a obtenção da Carta Sindical por parte da entidade, passando a atuar com a denominação de Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí.
No “período militar”, as lutas sindicais restringiam-se às questões específicas da categoria, como reajustes salariais e manutenção de direitos trabalhistas. Foi nesse período em que realizaram-se os primeiros dissídios coletivos da categoria, devidamente reconhecidos pela Justiça do Trabalho.
A partir da segunda metade dos anos 1980, a atuação e mobilização sindical passa a adquirir uma nova característica, incorporando em suas lutas específicas algumas bandeiras mais amplas, relacionadas aos anseios de grandes parcelas da população. É assim que as lutas por democracia e os direitos civis começam a ganhar força também nas entidades sindicais.
Desde sua fundação, a entidade elegeu 15 presidentes. Sucederam-se no cargo João Wichrowski, Paulo Henrique Olschowski, José Onofre Valença, Egone Franke, Vilmar Henrique Bottega, Arno Steglich, Luiz Carlos Vasconcellos, Irani Paulo Basso, João Antônio Franco de Almeida, Inácio Göller, Arthur Borre, Antônio Rodrigues Machado e Guilherme Persich. Em 2000, Rosane Simon é eleita a primeira mulher a presidir o Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí, hoje presidido por Arí José Bauer.
“Parabenizamos e felicitamos toda a categoria, pois esta data é comemorada sobre uma rica história, que foi construída com cada comerciário e comerciária, associado ou não, que com o seu trabalho ajuda a dignificar a nossa luta”, declarou o atual presidente.