O SindiComerciários de Ijuí realizou na noite da última quarta-feira (15), a sua assembleia geral ordinária. Na pauta, o dissídio da categoria para o ano de 2015, atualizações sobre a tramitação do projeto de terceirização no Senado Federal e assuntos gerais e informes.
A reunião foi coordenada pelo Presidente Ari José Bauer, que passou aos presentes informações sobre o andamento das negociações salariais, que são realizadas com 12 sindicatos patronais diferentes, entre eles o lojista, mercados, veículos e peças, bebidas, funerárias, óticos e cooperativas. "Como em todo ano, as negociações seguem devagar e são difíceis, sem muitos avanços significativos até o momento, especialmente na luta que travamos por aumento real de salários, o que significa a valorização da categoria", explicou Bauer.
O Sindilojas, em reunião realizada, ainda não firmou uma proposta e tem sinalizado apenas com a reposição da inflação, sem aumento real de salários. As negociações mais avançadas são com a Cotrijui. A direção do SindiComerciários, reunida na tarde desta mesma quarta-feira com a direção da cooperativa, recebeu proposta da empresa. As bases desta proposta foram repassadas para a categoria na assembleia. Os trabalhadores da Cotrijui/Redecop não concordaram com os termos da proposta da cooperativa e cogitam a possibilidade de paralisação. Parte do descontentamento é relativo a falta de pagamento do piso regional do estado que deveria ser pago a partir da data base, em março, e também com a proposta do pagamento parcelado destas diferenças, em parcelas que vão até o próximo ano. Os trabalhadores rejeitaram a proposta e prometem paralisação das atividades na empresa se o pagamento não for realizado nos próximos meses.
"Existem dois discursos na cooperativa. No rádio a direção diz que a empresa está bem, mas para negociar com os trabalhadores, só falam de dificuldades e não valorizam o esforço que fizemos para desempenhar bem nosso trabalho", desabafou um dos presentes. Os trabalhadores também relataram o aumento de serviço em todos os setores, devido a expressiva diminuição de pessoal na empresa.
A assembleia encaminhou uma contra proposta que foi apresentada para a cooperativa na manhã desta sexta-feira (17). A direção do Sindicato aguarda resposta da direção da empresa para convocar nova assembleia com a categoria. Os trabalhadores exigem o pagamento da diferenças salariais e do auxílio escola (cujo valor é o de meio piso salarial) ainda este ano.
Por fim, Rosane Simon fez um relato da tramitação do projeto de terceirização no Senado Federal e das mobilizações que os trabalhadores e trabalhadoras de todo o país fazem contra a proposta. "A luta salarial é apenas uma das nossas lutas. Há outras é uma delas, no contexto deste Congresso Nacional atrasado que elegemos é a luta par manter direitos e conquistas adquiridos, que estão em risco com este projeto de terceirização", disse. Rosane Simon expressou preocupação com o avanço de projetos que retiram direitos dos trabalhadores e com o fato de o ajuste econômico significar arrocho para a classe trabalhadora. "Compreendemos que há uma crise econômica que é global e afeta vários países, mas não podemos concordar com arrocho para cima do trabalhador. Temos que lutar para que o arrocho seja sobre o capital especulativo e não produtivo", afirmou.